Com este vídeo quis fechar este ciclo. O ciclo deste album : Ritmo, Amor e Palavras. E iniciar um novo. Este novo ciclo será um novo registo discográfico no qual já me encontro a trabalhar. Não tenho datas, nem prazos a cumprir. Vou deixar que as coisas fluam e que aconteçam naturalmente. Espero no final deste ano, estar em condições de o editar.
R.A.P , poderia ter sido o nome de qualquer um dos outros albuns que já tinha. Penso mesmo que ritmo, amor e palavras é mesmo o resumo do que faço. O primeiro single foi o ritmo ("Hip Hop"), o segundo foi o amor ("Princesa") e o terceiro e último single ("Que Deus"). Daí o lançamento do video "Que Deus". Porque para que tudo fizesse sentido, era necessário ter este video. E ei-lo...
Como é sabido, o lançamento exclusivo foi feito aqui na Sapo mas a partir da próxima semana, começará a rodar na televisão.
No que toca a música nova, quero trabalhar sem pressões e fazer as coisas como sempre as fiz e a única coisa que posso garantir, é que tudo o que fiz até hoje foi feito de coração e isso não vai mudar. Mais, se pudesse voltar atrás faria tudo de novo. Por vezes não é fácil lidar com as críticas. Não as construtivas porque essas fazem-nos crescer e abrem novos horizontes, mas as críticas negativas e sem fundamento que por vezes, mais do que o trabalho, visam a pessoa.
Mas são ossos do ofício e todos nós na nossa vida, uns duma forma, outros doutra, temos que lidar com isso. E neste momento, a única coisa com que quero lidar é com a minha música. Abstrair-me de tudo o resto e deixar a inspiração fazer o resto.
Obrigado, AC
Como pode o Homem amar com armas na mão?
Porquê que a Paz não passa de ilusão?
Quem és tu? Onde estás? O que fazes?
Acreditas em Deus? Em que Deus?
Acreditas que foi este o mundo que quis para nós?
Ou fomos nós que o fizemos assim?
É este o mundo que desejas?
Diz aqui o pensas e vem falar comigo na 4ª feira...
Que Deus?
Quem quer que sejas, onde quer que estejas
Diz-me se é este o mundo que desejas
Homens rezam, acreditam, morrem por ti
Dizem que estás em todo o lado mas não sei se já te vi
Vejo tanta dor no mundo pergunto-me se existes
Onde está a tua alegria neste mundo de homens tristes
Se ensinas o bem porque é que somos maus por natureza?
Se tudo podes porque é que não vejo comida à minha mesa?
Perdoa-me as dúvidas, tenho que perguntar
Se sou teu filho e tu amas porque é que me fazes chorar?
Ninguém tem a verdade o que sabemos são palpites
Se sangue é derramado em teu nome é porque o permites?
Se me destes olhos porque é que não vejo nada?
Se sou feito à tua imagem porque é que durmo na calçada?
Será que pedir a paz entre os homens é pedir demais?
Porque é que sou discriminado se somos todos iguais?
Porquê que os Homens se comportam como irracionais?
Porquê que guerras, doenças matam cada vez mais?
Porquê que a Paz não passa de ilusão?
Como pode o Homem amar com armas na mão? Porquê?
Peço perdão pelas perguntas que tem que ser feitas
E se eu escolher o meu caminho, será que me aceitas?
Quem és tu? Onde estás? O que fazes? Não sei
Eu acredito é na Paz e no Amor
Por favor não deixes o mal entrar no meu coração
Dou por mim a chamar o teu nome em horas de aflição
Mas tens tantos nomes, és Rei de tantos tronos
E se o Homem nasce livre porque é que é alguns são donos?
Quem inventou o ódio, quem foi que inventou a guerra?
Às vezes acho que o inferno é um lugar aqui na Terra
Não deixes crianças sofrer pelos adultos
Os pecados são os mesmos o que muda são os cultos
Dizem que ensinaste o Homem a fazer o bem
Mas no livro que escreveste cada um só leu o que lhe convém
Passo noites em branco quase sem dormir a pensar
Tantas perguntas, tanta coisa por explicar
Interrogo-me, penso no destino que me deste
E tudo que acontece é porque tu assim quiseste
Porque é que me pões de luto e me levas quem eu amo?
Será que essa é a justiça pela qual eu tanto reclamo?
Será que só percebemos quando chegar a nossa altura?
Se calhar desse lado está a felicidade mais pura
Mas se nada fiz, nada tenho a temer
A morte não me assusta o que assusta é a forma de morrer
Quanto mais tento aprender, mais sei que nada sei
Quanto mais chamo o teu nome menos entendo o que te chamei
Por mais respostas que tenha a dúvida é maior
Quero aprender com os meus defeitos, acordar um homem melhor
Respeito o meu próximo para que ele me respeite a mim
Penso na origem de tudo e penso como será o fim
A morte é o fim ou é um novo amanhecer?
Se é começar outra vez então já posso morrer
in "Ritmo, Amor e Palavras"
Herdando a paixão pela música de sua mãe, Ana Firmino, um dos grandes talentos do canto cabo-verdiano, Boss AC cedo revelou o seu invulgar talento. O primeiro registo discográfico remonta ao ano de 1994, com a sua participação em “Rapública”, compilação que reunia a nata dos então rappers nacionais e que revelou nomes como Black Company, Zona Dread ou Líderes da Nova Mensagem. De todos estes é, ainda hoje, dos poucos que continuam a assinar sucessos no rap nacional.
O álbum de estreia, “Mandachuva”, de 1998, gravado nos Estados Unidos, com a ajuda de Troy Hightower, um dos mais requisitados misturadores de Hip Hop dos EUA, revelou uma maturidade rara e prenunciou o redefinir de novos caminhos na música de AC.
Nos anos que se seguiram viveu experiências diversas – produziu, promoveu espectáculos e edições discográficas, compôs música para televisão (“Masterplan” e “Último Beijo”) e cinema (“Zona J” e “Lena”) e teve ainda tempo para participar em trabalhos de alguns dos maiores vultos da música nacional – como Xutos & Pontapés ou Santos e Pecadores, entre outros.
O seu segundo álbum de originais, de 2002, “Rimar Contra a Maré” – inteiramente gravado, produzido e misturado pelo próprio autor – foi um disco porventura mais autobiográfico e introspectivo, revelando uma faceta mais adulta do artista que se aventurou definitivamente na fusão com músicas luso-africanas de raiz mais tradicional. O sucesso firmava-se lenta e inexoravelmente.
O sucesso de “Rimar Contra a Maré” ultrapassou as fronteiras, reflectindo-se, por exemplo, na nomeação do vídeoclip de “Dinero”, para os African Video Awards, na categoria “Melhores Efeitos Especiais, no consagrado canal sul-africano “Channel0”, uma espécie de MTV africana.
Incansável na busca de novos desafios à sua capacidade criativa, Boss AC continua a embarcar em mais algumas surpreendentes aventuras, nomeadamente reforçando o seu papel de produtor.
E de aventura em aventura, chega 2005, “Ritmo, Amor e Palavras” e a consolidação de um sucesso anunciado.
Se 2005 foi o ano em que Portugal se abriu para o Hip Hop, confirmando-o enquanto nova orientação cultural das gerações emergentes, foi também o ano de Boss AC.
A materialização do sucesso começou com a edição de “Ritmo, Amor e Palavras”, o terceiro registo de originais, um disco que se assume como uma poderosa declaração de amor, feita de ritmos e palavras e que reúne uma impressionante galeria de colaboradores dos mais diversos quadrantes, onde se destacam figuras como Pos (Plugwon) dos americanos De La Soul, Da Weasel, Sam The Kid e Pedro Aires Magalhães, entre muitos outros.
A edição viria a saldar-se num estrondoso sucesso comercial. Em Agosto “R.A.P.” já era Disco de Ouro e em Outubro atingiu a notável marca de Disco de Platina, tendo vendido mais de 30.000 unidades até perto do final do ano. Dentro do género do Hip-Hop é, neste momento, um dos três discos mais vendidos de sempre em Portugal! O single de estreia, “Hip-Hop (Sou eu e és tu)”, ascendeu rapidamente aos primeiros lugares nos Tops, liderando as preferências em media como MTV Portugal, Cidade FM, e Antena 3, entre outros. Integrou, ainda, a banda sonora dos programas de TV com maior audiência nacional e entrou em múltiplas colectâneas editadas durante 2005.
Merecedor de uma crescente aceitação e exposição mediática, Boss AC passou à estrada, passando por alguns dos principais palcos e festivais nacionais, culminando no dia 1 de Outubro com a abertura perante um Pavilhão Atlântico esgotado para um dos maiores nomes do Hip-Hop internacional: 50 Cent. Este partia desmesuradamente em vantagem, mas a crítica foi unânime: Boss AC foi a estrela da noite!
Como corolário lógico de um ano de afirmação a todos os níveis, em Setembro de 2005 surgiu a nomeação para os prémios da MTV European Music Awards, na categoria de Best Portuguese Act.
Mais do que um prémio simbólico, esta nomeação foi o natural reconhecimento por parte da comunidade musical portuguesa, por uma carreira ponderada, marcada pelo equilíbrio e, sobretudo, por um grande talento.
Neste sentido, o espectáculo apresentado durante o ano de 2005 foi revisto e melhorado em todos os sentidos. A banda de suporte foi reformulada, permitindo alcançar um outro patamar em termos musicais e as questões cénicas também foram pensadas de raiz, numa solução prevista quer para os grandes palcos, quer para espectáculos de dimensão mais modesta. O objectivo pretendido foi conseguir levar a nova entourage a todo o país.
Com as questões musicais e cénicas definidas e ultrapassadas, a Praça das Flores planeou, produziu e promoveu, com meios próprios, os espectáculos de Boss AC nos Coliseus do Porto e de Lisboa. Nunca um artista nacional da área do Hip-Hop se tinha aventurado a solo nos palcos dos Coliseus. Mais do que se tornarem um marco na carreira do artista, foi pretendido que estes espectáculos fossem únicos e irrepetíveis também para o público que teve o privilégio de os ver. A banda de suporte foi alargada com um trio de metais e dois percussionistas e os convidados musicais de áreas bem distintas (Gutto, Rui Veloso, Vitorino, Berg, Pac Man, Virgul, Sam The Kid e Ana Firmino), ajudaram a criar uma grandiosa festa. O desafio foi ultrapassado com distinção, com ambas as salas esgotadas de um público vibrante e envolvente.
Lançadas as guias de rumo para a Tour2006 e depois de ultrapassados os Coliseus, Boss AC iniciou as visitas às Queimas das Fitas e festas de Universidades que entre Abril e Maio acontecem um pouco por todo o País. Em 2006 passou pelas ”Queimas” de: Figueira da Foz, Loulé, Barcelos, Leiria, Famalicão, Póvoa do Lanhoso, Santarém, Viseu, Guarda, Porto, Coimbra, Faro, Braga, Bragança, Setúbal, Évora. Destaque especial para Coimbra e Porto onde actuou para quarenta e sessenta mil pessoas respectivamente.
Depois dos estudantes, os espectáculos de verão, onde AC passou por inúmeras festas municipais e feiras regionais. A lista é muito extensa, mas vale a pena rever: Almada, Torres Vedras, Vila Nova de Gaia, Vila Nova da Barquinha, Vila Verde, Anadia, Oeiras, Ourém, Ilha Terceira, Seixal, Évora, Câmara de Lobos, Ribeira Quente, Oliveira do Hospital, Vila Flor, Gavião, Peso da Régua, Cantanhede, Lagos, Penafiel, Nazaré, Miranda do Corvo, Pontével, Montemor-o-Velho, Vidigueira, Amadora, Santa Maria da Feira, Avis e Viseu.
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